terça-feira, 14 de agosto de 2012

"No creo en las brujas...

...pero que las hay, las hay". Essa é uma das frases que mais gosto! Acho que me descreve bem. Ao longo dos anos, passei de carola que ia à missa todos os domingos, participava de grupo jovem e todas as outras atividade da igreja para alguém que tem quase aversão à religião. Mas continuo devota de Nossa Senhora das Graças e rezando quase todas as noites. Questões sobrenaturais? Me causam mais desconfiança que credulidade. Jà falei um pouco disso por aqui, e hoje retomo o tema. Afinal, acho que todo mundo se pergunta um pouco sobre o que existe além da vida que vivemos.

Me lembrei disso hoje, pensando na minha avó Alfa, que morreu há dois anos (completados em 22/7). Nos seus últimos dias, por algumas vezes ela delirava um pouco, meio sonhando meio acordada. Confundia minha mãe e meu pai com parentes seus do passado, como a madrinha. Sempre parecia conversar com essas pessoas. Em uma dessas conversas, ela disse, muito triste, quase chorando: "Não, isso não! Eles estão tão bem!". Confesso que quando minha mãe me contou isso achei que tinha algo a ver comigo.

Minha avó era muito grudada comigo. Ao longo da minha vida fez até algumas maldades comigo em nome desse amor. Não tenho mágoa nenhuma, e quando ela morreu, o que ficou foram só as coisas boas. Quando eu soube dessa história da frase, senti que tinha algo a ver comigo, até por esse grude. Mas não acehi que fosse uma previsão, um pressentimento, uma conversa do além... Mas eu fiquei com isso encasquetado.

Pois bem, quando em outubro de 2010, três meses após a morte da minha avó, começou todo o processo do diagnóstico do câncer, desde a primeira vez eu tinha certeza que era sobre isso que a minha avó falava no delírio. Por outro lado, também poderia ser uma coincidência. A verdade é que nunca vou saber disso. A não ser no dia que eu morrer, se houver um outro lado claro, e encontrar meus familiares.

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Nas últimas duas semanas tenho sentido muito saudade da minha avó... Lembro de como ela ficou fragilzinha nos últimos meses de vida, no tanto que reconheceu seu erros, no balanço que fez da vida, pedindo desculpas pelos erros. Espero que ela tenha morrido em paz. Minha melhor amiga a vida toda, Ana Paula, diz que ela foi abençoada porque morreu dormindo. Espero que não tenha sofrido e que essa morte tranquila seja reflexo de uma tranquilidade que ela controu na vida, masmo que nos últimos dias.

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Aproveitando o tema, vou contar aquela minha esperiência fora do corpo, que falei há alguns postas atrás. Tive um desmaio fazendo exercícios em um acampamento. Durante o tempo em que fui socorrida, fiquei flutuando uns dois metros sobre a situação. Não fiquei aflita, não tive estranhamento, nada. Só tentava falar e não conseguia. Até que, como se eu fosse água descendo pelo ralo, voltei para o corpo.

Só digo uma coisa: foi estranho. E lembrar disso não diminui minhas dúvidas...